quinta-feira, 26 de maio de 2016

Era você, mas ainda não era o mesmo.

O vinho da tua camisa deixava o destaque para a palidez que adquiriu com os desgastes cotidianos. Parecia um pouco mais velho para a idade do coração que carrega no peito, acompanhado com as expressões do teu rosto que já foram tão leves com a luz apagada por trás das lentes. Era você, mas ainda não era o mesmo. Sempre fui daquelas que gostam de observar, mas fracassei todas as vezes que busquei respostas no teu olhar. Eu que sempre te quis por perto, não me senti confortável nos moldes dos teus braços, como uma aluna no colegial, tu sempre se encaixou perfeitamente nos padrões de professor ideal, mas apesar de decorar teu conteúdo, sempre preferi repetir na tua matéria. Afinal, deixar você assumir o controle nunca foi parte dos meus planos, um jogo contínuo, onde assumir dependência são critérios suficientes para eliminação.

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